terça-feira, 24 de dezembro de 2013

PARÁ: santarém, alter do chão.

Inicialmente, gostaria de agradecer ao google por viabilizar o conhecimento de "como fazer um print nesse teclado desconhecido". Munida desse conhecimento fantástico (Fn+Insert PrintScr), você finalmente pode utilizar aqueles mapas tão sensacionais do google maps



Diante deste mapa cheio de profissionalismo e habilidades técnicas no amado paint, você percebe que entre a sua cidade (Manaus) e o seu objeto de desejo (pará, santarém, alter do chão) não há estradas - neste momento, por razões que serão explicadas no texto seguinte, o avião está fora de cogitação - e o caminho que te permite chegar nesse paraíso é o colossal (adjetivo brega) rio Amazonas. 

O primeiro passo é você ir a "manaus moderna", localizada na região do centro. Pode-se dizer que ela é um complexo de feiras sensacionais: a feira da manaus moderna e a feira da banana, que estão na beira do AMADO rio Negro. (suspiros...), tente imaginar a vista. Além disso, essa região comporta um intenso fluxo de pessoas, barcos, mercadorias, sons... impressionante aquele lugar! beijo pra equipe da disciplina de prática de pesquisa que andou batendo perna por ali no ano passado :*

Vá no fim de tarde, aproveite pra comprar um peixinho (pode ser tambaqui, matrinxã, sardinha, pacu...) pra assar e/ou banana pacovã pra fazer aquele festival de banana frita com suco de maracujá ou cupuaçu na sua casa. a parentada pira!

Logo na beira, existe uma porção de barraquinhas com faixas atrás com as imagens dos barcos e os seus respectivos trajetos. Os preços de IDA, nos barcos recreios, variam de 100 a 150 reais, vai depender da sua lábia. aproveite pra se divertir e treinar a retórica! a saber, comprei por cem! ahahahahahaha

Essa é a corajosa e querida Vanusa, que desmontou o cartel masculino de 150 pilas! 

(não achei o cartão da Vanusa... quando encontrar posto aqui)

Sugiro o fim de tarde, porque ninguém merece cozinhar no sol do meio dia... e você aproveita pra desfrutar dessa belezura aí:

torne-se a sensação do instagram.

Essa imagem, feita no parapeito da Manaus Moderna, é só o início de sua viagem para esse lugar fantástico, compre sua passagem com alguns dias de antecedência e chegue BEM cedo pra atar sua rede num "local legal", mais detalhes sobre essa categoria "local legal de rede", depois de vivê-la.

Embarco daqui algumas horas no Amazon Star com minha rede, alguns livros e um punhado de gente amada.


5 a seco, feliz pra cachorro.

De Manaus até o Pará!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

a guerra do fim do mundo e libertinagem

advirto: essa história é ridícula, invejosa e mesquinha.

tem um ano mais ou menos, que vi/ouvi duas pessoas conversando sobre Mario Vargas Llosa... na hora fiquei pensando: que autor é esse?! senti uma mini raivinha por não saber de quem se tratava...

Mario Llosa

Mario seduzindo geral
Mario sendo sexy, sem ser vulgar. :P

Esse peruano pega/pegou geral, certeza.

A raiva e a inveja só foram aumentando... como estávamos discutindo sobre a guerra de canudos, não entendi porque os dois sujeitos em questão falavam com intimidade sobre "a guerra do fim do mundo"... que diabos de livro era esse?! E falavam com emoção, paixão, admiração... aquilo foi me corroendo por dentro sabe? era alguém que eu já deveria no mínimo ter ouvido falar. ÓDIO!

hoje fui comprar umas canetinhas, agenda 2014, post-it e aquelas frescurinhas de marcar páginas em neon. daí lembrei de dois livros que estava afim de comprar tem um tempo: o "Orientalismo" do Said e "relato de um certo oriente"da celebridade amazonense Milton Hatoum. ouvi dizer que eles conversam... vamos ver.

Acontece que não tinha o livro do Said e a versão do Hatoum era aquela versão poket, melhor, companhia de bolso. Infelizmente, tem um tempo que você anda arrogante e exigente com seus livros e resmungou na hora de levar o relato de um certo oriente nessa versão tão amadora... :/ sacanagem! levei mesmo assim, tô com uma ansiedade fora do comum e não ia aguentar a demora dos correios essa época do ano.

Dito isso, vou comentar o que realmente interessa nesse texto: seduções e libertinagens, obviamente.

Alguma coisa iluminou na minha cabeça e eu lembrei daquele episódio de ódio e rancor de um ano atrás... pensei... acho que era mario... mas tinha um sobrenome diferente, Llosa eu acho... sorte que comecei a pensar alto e uma pessoa me ouviu e disse: mario llosa?

- Sim! alguma coisa sobre o fim do mundo. guerra dos mundos... eu acho.
- ah! é sobre a guerra de canundos. É "a guerra do fim do mundo".
- isso!!!!
- tá aqui!



depois de encontrar a sessão do mario e topar com o meu objeto de desejo de um ano atrás, descobri que estava diante de um prêmio nobel de literatura meu povo!!!!

ok, são 800 páginas. ¬¬
precisava disso Llosinha? seríamos tão amigos se você fosse mais gentil na quantidade de páginas...

por curiosidade, comecei a escavucar os livros dele e percebi que rolava uns títulos e capas meio... 
ah, vou elencar aqui:

1. Elogio da madrasta;
2. Travessuras da meninas má.

Advirto: cada capa é mais quente que a outra! altos suspiros e curiosidades...

Depois do "rei de havana" e "trilogia suja de havana" (não empresto), você resistiu o quando pode pra não ler aquela coleção horrenda-fundo-poço com nomes de mulher: bruna, bianca, sabrina e blá, blá blá.

Seja forte e os evite.

Prateleiras da saraiva: é o fundo do poço, acredite.

E agora, com elegância e alto estilo, você abre espaço para esquentar o inverno amazonense naquela viagem de barco sensacional com a sua equipe amada, com os dois livros libertinos de Llosa, aquele autor desconhecido que você agora é fã e super íntima! hahahahaahah

esses autores só me surpreendem...

:D

excelente dica de fim de ano, prepare os presentes, nada de porta retrato ou agendas fofinhas 2014, bora comprar livro de sacanagem, a humanidade agradece.








domingo, 15 de dezembro de 2013

qualificação e prezi

Quando ela estava no colégio, tia Patrícia fazia suas tarefas de casa naquela mesa grande da vovó Ana e do vovô Arlindo que ficava na cozinha. Nessa mesa grande, vovó fazia comidinhas rápidas para ela e os filhos, mas as netas sempre davam um jeito de filar essa iguaria:  feijão de praia cozido na água e sal, verdurinha (cheiro verde, cebola, tomate) picada, farinha seca (branca) e um pouco de óleo pra dar a liga. 

Misturava tudo e fazia pequenas porções com as mãos, cuidadosamente amassados...  aos poucos eles eram enfileirados no prato e viravam pequenos bolinhos carinhosamente chamados de “boloto”, cada um pegava o seu.


Depois do “boloto”, tia Paty limpava o fogão e fazia suas tarefas escolares na mesona. Esse oficio de “limpar o fogão antes de dormir”, seguia uma regra rigorosa: depois que a mais velha conseguisse um emprego no distrito industrial ou casasse, a seguinte seguia no ofício... sempre antes de dormir e/ou namorar.

Ai de quem fosse namorar antes de limpar o fogão. Vovó Ana ia buscar na sala e soltava o verbo: VÁ JÁ LIMPAR O FOGÃO! Ninguém queria passar por tal constrangimento.

A da vez era a Paty, Simone havia acabado de conseguir um trabalho na Philips.

As mais velhas, Rosa e Maria, eram lembradas com saudades em tempos de faxina. Mesmo casadas, enceravam o chão da casa da vovó nos finais de semana ao som de Roberto Carlos e “daquela mulher cega”: a Kátia.

Sou rebelde, não era a Kátia.

Por ser vizinha da minha avó, eu vivia lá. Colava na Patrícia, uma pentelha-chiclete mesmo.

Depois de limpar o fogão, Paty tinha um caderno de educação artística, onde ela fazia réplicas do teatro amazonas e onças. Eu amava vê-la pintando e desenhando. Ela tinha uma infinidade de lápis de cores... mas o seu zelo,  brabeza e perfeccionismo era tão grande e característico desta personalidade, que ninguém ousava triscar, obviamente. ou não na frente dela! hahahahaahaha

Segundo ela, os contornos de qualquer desenho com uma canetinha preta era o segredo para a beleza de qualquer pintura, eu seguia à risca. Aquele talento era sobrenatural pra mim.

A minha lembrança mais forte, foi a de um trabalho de biologia que ela desenhou cuidadosamente uma infinidade de vermes, protozoários, bactérias... foram diiias de tênias, amebas, platelmintos que flutuavam na minha cabeça... era tudo lindo demais.





Paty cresceu, eu também.

E momentos antes da minha qualificação, ela me apresentou o Prezi.



"Tu vais arrasar na tua qualificação! é bem simples de usar e as apresentações ficam lindas"

A vontade de aparecer é uma coisa incrível né? hahahahahah

Mas antes, vou falar de uma situação recorrente nessa minha vida pré-qualificação: a petrificação do corpo e da alma.

de acordo com o site/blog/delícia do pós-graduando, eu estava com a crise do powerpanicopoint.

"Priscila, repelida pelo PowerPoint
Priscila era uma menina de cachinhos dourados que fazia mestrado em algum departamento de Exatas no RJ. Tudo ia bem, até que duas semanas antes da sua defesa, Priscila se viu incapaz de abrir o programaPowerPoint. Toda vez que ela abria o programa um medo incontrolável tomava conta dela, e Priscila tinha que ser levada para o Hospital Universitário. Foi diagnosticada com: Crise do PowerPanicoPoint e como tratamento fez toda a sua apresentação de defesa no Prezi." 
(Daniel Agrimani)

Paty precisou sentar ao meu lado e segurar na minha mão para que eu abrisse o programa, eu estava absolutamente tensa e incapaz de fazer qualquer coisa. só tratamento na minha vida.

Depois de passar por esse momento frescurite aguda,  fiquei HORAS mexendo na apresentação, fotos, modelos e isso entrou pela madrugada, até eu topar com a história de Miguilim... Sim, você não tem o que fazer e as duas da manhã, véspera da sua qualificação, você baixa um pdf de "campo geral"... pra passar o tempo.

vai dormir garota!

*

No dia da qualificação, cheia de olheiras e tensão, a figura incrível do Rafa (membro da banca), depois deu instalar o projetor e rezar para abrir todos os arquivos, fala o seguinte:

"Prefiro ouvir você falar, olhando pra você".

gelei.

Tudo bem que eu me posicionei de maneira errada sabe? fiquei na posição contrária ao projetor :/ nem tive o tino de levantar e falar ao lado da imagem... colei na cadeira e lá mesmo fiquei. mas ok, tava nervosa e com as tripas moles. (sacaram né?) demorei uns 30 segundos pra perceber que toda a minha frescura/sofrimento pré-qualificação foi pras cucuias, bastava eu contar uma historinha e pronto. ah, só eu vi o prezi. hahahahahahahah

No fim das contas, qualificação não é um bicho de sete cabeças, você leva umas surrinhas, mas faz parte do "ritual do ralho".

Você e seus colegas de PPGAS, que passaram pelo ritual do ralho.
(Aleksandra Waliszewska) 

gostei :)

Tia Paty é linda e eu vou guardar pra sempre a dica do prezi, apesar do frio na barriga de você não saber se ele vai abrir ou não, as apresentações ficam arquivadas numa conta (do próprio prezi) e as informações são apresentadas de uma forma mais dinâmica sabe?  com vídeo, fotos, animações... impressiona gente besta que nem eu! hahahahaahah 

Fique craque na parada, vai que você precisa "vender" uma ideia/projeto legal, 
nunca se sabe.








terça-feira, 10 de dezembro de 2013

revolta, sexo, amor e costuras

Hoje começaremos o texto falando de uma personalidade importantíssima  do cenário Amazonense:

Manuel da Gama Lôbo d'Almada (17.. -1799). se você deu risinhos sacanas, você vai entender do que eu estou falando.

Num dia qualquer, munida de poucos reais e duas comadres para bater perna pelo centro de Manaus, vá obstinada na caça ao tecido-de-estampa-perfeita. vou explicar.

Desde o dia em que sua amiga prometeu fazer um roupinha para o seu computador, seus pensamentos foram povoados pela temática... e a única certeza que você tinha na vida é que seriam frutas.

uma delas, entendida no assunto, completou: vamos na rua lobo d'almada.

Essa rua é recheada de lojas de tecidos... e procurando informações  sobre esse geógrafo/militar (o lobinho), descobri que ele foi um dos responsáveis por levantar uma fábrica de panos de algodão e outra de tecidos e redes... com 18 teares e 10 rolos de fiar com 24 fusos cada um. tudo bem, eu não sei o que isso significa exatamente (teares e fusos), só sei que ele foi "o cara"da pseudo indústria têxtil no Amazonas... além da fabricação de cordas e amarras de piaçaba e calabares... 

Arrá! piaçaba eu sei o que é! inclusive, vale a leitura da dissertação premiada da querida Elieyd, (Lica) "os piaçabeiros do Médio Rio Negro: identidade étnica e conflitos territoriais". gente, isso é muito interessante, meu avô materno trabalhou com isso!

barco com piaçaba. heheheh


Só um resuminho pro trabalho não ser jogado ao vento:

... a dissertação de Elieyd Menezes apresenta um detalhamento do modo de vida das pessoas nos piaçabais (locais onde as fibras de piaçaba são extraídas na floresta) em Barcelos, interior do Amazonas. “É um universo que abrange intrínsecas relações de poder entre “patrão” (comerciantes que se dizem donos dos igarapés onde há palmeiras de piaçaba) e “freguês” (piaçabeiros)”, comenta Elieyd. A autora diz que o sistema de aviamento - baseado no adiantamento de mercadorias a crédito - é muito presente no município. “É um sistema historicamente conhecido na Amazônia, onde o comerciante (patrão) fornece mercadorias ao freguês (trabalhador extrativista), o qual deverá pagar por elas. Porém, os preços são altos, algumas vezes superfaturados e a dívida dificilmente é quitada porque sempre o trabalhador extrativista precisa desses produtos, como alimentos, roupas, lanternas, facões”, registra.

Voltando ao Lobinho, tô com a impressão que ele era super malvado depois dessa introdução da Elieyd, ele mandava buscar de outros lugares o algodão, a cana, curauá, muriti, cera virgem de abelhas (hã?), tucum dos rios Solimões e Negro (suspiros...) e a piaçaba... sabe se lá em quais condições isso acontecia. 

Mas então, não vou falar da piaçaba. foi só um link legal. 

Linda! 

O que o seu Lobo não esperava é que a sua rua ficasse conhecida por ter o estabelecimento mais generoso de Manaus: o remulos club. fazendo uma mini busca na internet, encontrei uma reclamação do João:

primeiramente tendo cerveja gelada e mulheres a disposição está otimo,só não leva 10 porque tem meninas que cobram muito caro e tem umas que só quer barão eu moro em são luis passei minhas ferias a cidade é 100000000 e gostei do remulos parabens manaus aconselho a todos a ir em manaus.


João parece coerente nas suas queixas, mas não entrarei no mérito por não ter conhecido o lugar, nem o João, nem as meninas. Entretanto, não posso deixar de parabenizá-las. Infelizmente, a casa mais carinhosa de Manaus, foi fechada pela Secretaria Municipal do Centro (SEMC) ???? e pela SEMINF pois funcionava como um motel ilegal. ¬¬

Mais uma vez, o Estado acabando com a felicidade alheia. fizeram o absurdo de construir um muro de alvenaria na frente! santa hipocrisia! só faltou o sal e a pá de cal...




Dica: nunca, jamais, desperdice a oportunidade de aprender alguma coisa... JAMAIS.

*

Então, nessa simbólica rua, mais próxima a sete de setembro, tem um zilhão (mentira) de lojas de tecidos: se jogue atrás da sua estampa perfeita.

Por estar vivendo um momento de obsessão pelo artista Paulo Nazareth, as escolhidas foram as bananas!



Paulo Nazareth (projeto)








Super na dúvida qual a melhor frase...

Deu pra entender a obsessão? rs mas não é só isso, essa frutinha é MUITO cobiçada na região norte, a pacovã então, nem se fala! Durante muito tempo me acompanhou no twitter e foi meu apelido até hoje, de infância: chorona, caía por tudo, vivia com hematomas, sem contar as "sementinhas"que decoram meu couro. "essa menina é uma banana", caia como uma luva. 

No entanto, o problema de idealizar um tecido ou qualquer coisa na vida, é que você passa a odiar tudo o que você vê. Nada é tão legal quanto o tecido que está criado na sua cabeça. você pensa em desenhá-lo, pintar sua própria estampa, pedir pela internet... qualquer coisa. 

Mas graças a falta de paciência das suas amigas bom senso e a vontade de cobrir minha máquina de escrever moderna o quanto antes, comprei um de laranja. até que gostei sabe?



as bananinhas ficam pra depois, não as esqueci.

Agora vamos à prática! simmmm você vai aprender a fazer uma capinha também. 

1. Vá direto na loja "Kamila", os tecidos são uma fofura, o problema são os preços. saia de lá o quanto antes, não vale a pena (não tinha as bananinhas);

2. Na sequência, vá na Tapajós... mas, não tinha NENHUMA estampa legal;

3. Rode mais um pouco e pare na "Nova Jersey". essa portinha desconhecida. não é tão farta de tecidos bonitinhos como a Kamila, mas se você garimpar, acha umas estampas legais com preço justo (pasmem: menos da metade que na Kamila). Não esqueça de comprar a linha que vai combinar (ou não) com o seu tecido. ahhhh tem o feltro. mas a Isa disse que tinha na sua casa. ótimo né?

tirei essa foto num domingo, por isso estava fechada.


essa foi a primeira etapa.

*

Já com as armas na mão, vá para a casa da sua amiga num domingo preguiçoso. 
chegando lá, você vai sentir um sono absurdo e inexplicável, causando constrangimento em todos que estão ali no recinto. aproveite e tire umas fotos da casa dela, se ela deixar, claro! você ainda tem um Pibic sobre decoração correndo nas suas veias! hahahahaah

casa da Isa 1: EU QUERO ESSE QUADRO!

Casa da Isa 2

casa da Isa 3: Laerte, fofura total! dá pra trocar as roupinhas!!! *.*

ah, uma dica importante: jamais saia da sua casa com fome ou sono. você pode virar um monstro do lago ness a qualquer instante, é quase incontrolável, como se você estivesse com hipoglicemia sem ser diabética sabe? um horror.

Para aliviar o sono e quebrar o clima daquele evento mulherzinha, pegue seu computador e declame umas músicas dos Racionais MC's, elas vão achar estranho, mas você está em treinamento... tente incorporar o Suplicy e arrase:

Obs: leia esses dois artigos sobre eles no Diplô Brasil:
O novo caminho de Edi Rock e Fim de semana no parque: 20 anos

VIDA LOKA (Parte 1)

Fé em Deus que ele é justo
Ei irmão nunca se esqueça, na guarda, guerreiro

Levanta a cabeça truta, onde estiver seja lá como

For, tenha fé porque até no lixão nasce flor


Ore por nós pastor, lembra da gente no culto dessa

Noite, firmão segue quente

Admiro os crente, da licença aqui

Mó funçao, mó tabela, pow, desculpa ai


Eu me, sinto às vezes meio pá, inseguro

Que nem um vira-lata sem fé no futuro

Vem alguém lá, quem é quem, quem sera meu bom

Dá meu brinquedo de furar moletom


Porque os bico que me vê com os truta na balada

Tenta ver, que saber de mim não vê nada

Porque a confiança é uma mulher ingrata

Que te beija, e te abraça, te rouba e te mata

Desacreditar, nem pensa, só naquela

Se uma mosca ameaça me cata piso nela


O bico deu mó guela, ró

Bico e bandidão vão em casa na missão

Me tromba na cohab

De camisa larga, vai sabe Deus que sabe

Qual é a maldade comigo inimigo num mique

Tocou a campanhia plin, pá trama meu fim, dois maluco

Armado sim, um isqueiro e um stopim

Pronto pra chamar minha preta pra falar

Que eu comi a mina dele, rá, se ela tava lá

Vadia, mentirosa, nunca vi tão mó faia

Espírito do mal

Cão de buceta e saia


Talarico nunca fui, é o seguinte

Ando certo pelo certo, como 10 e 10 é 20

Já penso doido, e se eu tô com o meu filho no sofá

De vacilo desarmado era aquilo

Sem culpa, sem chance, nem pra abri a boca

Ia nessa sem sabe

(pô cê vê) vida loka


Mais na rua num é não, até jack

Tem quem passa um pano

Impostor pé de breque, passa pro malandro

A inveja existe, e a cada 10, 5 é na maldade

A mãe dos pecado capital é a vaidade


Mais se é para resolver, se envolver, vai meu nome

Eu vou fazer o que, se a cadeia é pra homem

Malandrão eu, não, ninguém é bobo

Se quer guerra terá

Se quer paz, quero em dobro

Mais verme é verme, é o que é

Rastejando no chão, sempre embaixo do pé

E fala 1, 2 vez, se marcar até 3

Na 4ª xeque-mate, que nem no xadrez


Eu sou guerreiro do rap

E sempre em alta voltagem

Um por um, Deus por nós, tô aqui de passagem

Vida loka

Eu não tenho dom pra vitima

Justiça e liberdade, a causa é legitima

Meu rap faz o cântico do lokos e dos românticos

Vo por o sorriso de criança, onde for

Os parceiros tenho a oferece minha presença

Talvez até confusa, mais real e intensa


Meu melhor marvin gaye, sabadão na marginal

O que será, será, é nós vamo até o final

Liga eu, liga nós, onde preciso for

No paraíso ou no dia do juízo pastor

E liga eu, e os irmão

É o ponto que eu peço, favela, fundão

Imortal nos meus versos

Vida loka

Suplicy pra inspirar, ele é a sua meta de performance: 

aos queridos do direito, inspirem-se.



Após a declamação teatral, você ouvirá uns aplausos no infinito de alguém que jogava video game naquele momento frufru de mocinhas e costuras. (hahahahahahaha valeu Luiz!) 

Se essa dica não adiantou, enquanto sua amiga linda, fofa e atenciosa costura, se jogue no chão sem pudores, coloque uma revista qualquer na sua cara e durma uma meia hora, você acordará outra, acredite. 

O mais interessante nessa menina-costureira, colunista do cinema em cena, do estante da sala E a mais nova mestranda do PPGAS/UFAM (!!!!) é o descompromisso-prazeroso que ela tem em mexer nos tecidos, em cortá-los utilizando o rejunte da cerâmica, em perceber que tá faltando alguma coisa e improvisar com o que tiver por ali! Amei Isa :)

O resultado é tão singelo sabe?

as mãos de uma pessoa tão querida, num mix de habilidade, tecidos, carinho e linhas criaram não uma capa qualquer para o seu notebook, mas uma manifestação de resistência num mundo duro, corrupto, cínico, esmagador. 

*

vamos ao passo a passo:

as belezocas peladas: você precisa deles para tirar as medidas.

O rejunte vai ajudar a cortar em linha reta.


tá vendo essa parte verdinha dentro das laranjas? é um saquinho de feltro.
tava dormindo quando ela fez (acho) :/ mas é simples!!!!
mini coração vodu! hahahahahaha


esse pedacinho fica na lateral do computador, serve para guardar o carregador :)
Isa estava enfiando o elástico com um grampo pra ele ficar franzidinho.




Essa foto ficou psy, mas é o momento que junta todo mundo
(o saquinho de feltro e o outro de laranja) e costura as bordas.





quase pronto, os dois saquinhos estão juntos. falta a "berinha"que fecha.


Essa é a berinha que fecha!

daí é "só" costurar com os saquinhos...


colocar a sua maquininha!


PRONTO! amei Isa!!!! :D


depois de um jantar gostoso/natureba/bonzão, volte pra casa, exiba à todos sua capinha nova, diga quem fez e seja snobe, acrescentando que ela só faz pros considerados! hahahaahhahahaah

aproveite e leve suas laranjinhas para o evento mais importante da sua vida nesse final de ano, se nada der certo, ao menos você vai brilhar com uma capa estilosa né?

beijinho Isa!


domingo, 8 de dezembro de 2013

de quem faz merda.

Mr. hanky


"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,


Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,


Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,


Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida…

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Poema em linha reta,

Autor: álvaro de campos, melhor, fernandão.

*

Eu fiz merda.

daquelas bem grandonas.

quatro, na verdade.

a primeira, eu pedi desculpas.
a segunda eu fiquei sem fala,
a terceira eu tô com vergonha,
a quarta vai ficar como está.

sei que o poema do Fernandão não vai me salvar,
sei também que não é um pedido de desculpas,
nem um álibi.

mas assim,
ah...

:/

vai ficar como está.


south park, mr. hanky





textos relacionados

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...