domingo, 7 de junho de 2015

O nativo boçal: penser est un sport de combat



Num passado próximo, existiam algumas categorias de escravos, citarei duas: ladinos e boçais.

Ladinos - Negros já aculturados, já aceitavam a dominação e muitos deles tornaram-se verdadeiros colegas de seu Senhor, quando não o próprio Capitão do Mato, aquele que buscava o Negro quando fugia.

Boçais - Escravos Novos, ainda não aceitavam a dominação, muitos deles rebeldes, que se voltava contra o seu Senhor e constantemente matavam-no com venenos, ou faziam corpo mole para o trabalho, esse tipo de escravo valia menos no mercado, assim como um pássaro que não canta, vale lembrar que o fato do pássaro não cantar pode ser um protesto do mesmo, da mesma forma que um trabalho ou projeto com problemas para acontecer ou sem resultados significativos.

Aceite que você vale menos no mercado dos medíocres: você é um boçal. Citarei alguns comentários (maldosos) que alguns pesquisadores "marginais" recebem, nem o ensino médio escapa:

- "O primeiro lugar do ENEM foi de um nordestino cearence???"
- "Esse prêmio de antropologia foi pra uma amazonense da UFAM????"
- "Esse índio passou na OAB????
- "Não acredito que essa preta é médica!"
- "Esse gay da zona leste fala francês e toca violino????"
- "Essa menina de Manaus tem que se colocar no lugar dela! no Museu Nacional não é assim!"
- "Esse gordinho do norte pensa que é o que falando desse jeito? na UNICAMP as pessoas são civilizadas"

Primeiro de tudo: Não dê um cú de confiança (muito menos dinheiro) para bandeirantes, eles seguem a risca o "non ducor, duco" ABRA OS OLHOS. Eles irão querer manipular todo o trabalho e não por sapiência e sim por nepotismo (ter a mamãe amiga do chefinho não vale), machismo, colonialismo, oportunismo disfarçado em ambientalismo e diplomatismo. Essa espécie é popularmente conhecida como "El macho intelectual".

"El macho intelectual" - Se tiver ruim pra ler a legenda, veja aqui: https://vimeo.com/123243710
Invasorix é um grupo de trabalho interessado em canções e videoclips como uma forma de protesto "cuir-feminista". É constituído por sete mulheres artistas que vivem e trabalham na Cidade do México: Daria, Mirna, Nina, Maj, Natalia, Liz e Naomi. Desde 2013 se reúnem periodicamente para escrever canções e realizar vídeos baseados em suas experiências e dinâmicas de poder em seu entorno. Caso você queira bater um papinho com elas: invasorix@gmail.com



Os pobres coitados da terra da garoa não estão acostumados com o nativo que deixou de ser objeto de pesquisa ou mateiro dos outros. Não é uma tarefa muito fácil, afinal, são anos e anos de rei da cocada preta na prática da dominação, cair do cavalo é um processo dolorido.

Munida dessas informações, ajude-os a compreender  - de forma didádica - que os tempos são outros, que o "subalterno pode falar" (Spivak) SIM!

"Desafios da Amazônia contemporânea" com a Dra. Marilene Corrêa - 
Veja o vídeo inteiro, dê ênfase a partir de 12:48 "o primeiro dever do amazônida"

Dito isto, neste texto iremos destacar o pesquisador nativo boçal, aquele que fala alto, tira cópia de chave sem pedir, não beija os pés do boto filho da puta, é atrevido, petulante, tira cópia de qualquer livro milionário que quizer e não paga pau pra gringo tonto-manipulável.



Infelizmente, você não pode se expressar como nos parágrafos acima, muitos lhe acusarão de histeria e pouco profissionalismo. Respire fundo, faça meditação em casa acompanhada de comidinhas gostosas que agrade o seu buchinho e pessoas com quem você possa rir bem alto dessa presepada... NO ENTANTO, apontar o dedo e falar "verdades" na cara tá liberado em casos mais extremos.

Desta maneira transforme todo o seu ódio em texto e performance acadêmica. Não parece ser uma tarefa muito simples, mas vou ajudá-los.

Atenção: Dê um beijinho na bochecha do Fanon, pense em todas as mulheres maravilhosas para admirar, agradeça a elxs por tudo e SANGUE NOS OLHOS E FACA NA BOCA GALERA!

Vamos lá :D

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ps: Acabei de saber que tá rolando o "festival do peixe frito" no bairro e vou lá garantir o meu jaraqui, é rapidex.













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