segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Santa Tereza: medo de escrever

Esqueci o que é escrever por aqui. Segundo uma doceira, pra você se tornar um profissional, você deve, assim que acordar, bater umas claras com leite fresco e açúcar todos os dias.

Será que vale o mesmo pra escrita? claro que sim!

Acordar, ler vinte-cinquenta páginas de um "livro" e escrever um parágrafo.

Ou antes de dormir, escrever um parágrafo. Porque não?

Existe muita beleza no ordinário.

Hoje estive nas ladeiras de Santa Tereza com música, bebidinha e churrasco, em uma segunda feira.

Na terra do entretenimento, isso me parece corriqueiro. É sempre um luxo, um requinte, ir além do ponto turístico, do cenário bobo e batido desse lugar. Nunca sei ao certo sobre o que estou vendo, o ouro de tolo é frequente. Estou cansada, o exotismo não é um privilégio do norte.

Demora encontrar gente-gente, sabe? É irritante!

A saber: não estou trabalhando, trata-se de licença qualquer coisa.

*

As ladeiras são lindas, escrevo porque hoje não senti medo.

Não senti medo de farda, não senti medo de polícia, não senti medo de moto, não senti medo do frisson olimpíada, não senti medo de pessoas. Simplesmente não senti medo e fiz [senti] parte da cidade. Faz tempo que não sei o que é isso. É real?

Estava com um ex morador de Santa Tereza da década de sessenta, acho.

Sentar numa praça quase à meia noite, diante de ladeiras e casinhas-luzinhas infinitas foi um prazer que não consigo descrever.

*

Saudades do que não vivi;

A morte une pessoas;

Julieta apetece o mundo, Almodovar é gênio;

Oklahoma é um Estado vermelho em 1929;

Amanhã é dia de lugar lugar favorito;

Colombo, docinhos e sentimento no mundo;

O amor acabou;

O mundo tem muita vida;

O mundo é muito grande;

A música é uma forma de oração;

Pessoas são bençãos;

Amazônia é um lugar, como qualquer um outro... use-o com moderação.





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